AS LOUCAS AVENTURAS DE LAÍS NA GARDERIE

Tentei ser engraçadinho no título mas não rolou, gente. Desculpa aí. Esse é um post que estou devendo há tempos. Atenção papais e mamães com filhos pequenos, esse texto pode interessar vocês!

Com menos de uma semana em solo québecois a gente já estava na busca por uma vaga para nossa pequena terrorista. Ficar com ela 24/7 nos atrasaria para fazer um bocado de coisas importantes. Vale dizer que desde o BR a gente já havia pesquisado muito esse assunto e chegamos aqui com o tema na ponta da língua. Portanto uma coisa estava decidida: desencanar das garderies/CPEs de $7. Elas são algo inatingível para um recém-chegado por diversos motivos e além disso ouvimos de várias pessoas (brasileiros e nativos) que o serviço em comparação com as privées é, de maneira geral, inferior. Daí você bota no papel que o Governo pode te reembolsar até 75% de todo o seu gasto com garderie privée e o resultado é que vale a pena arcar com essa despesa. Marcamos rendez-vous nas
mais próximas de casa e passamos uma semana as visitando para conhecer os ambientes onde nossa “tesourinha” poderia ficar.

Imagem meramente ilustrativa mas, no geral, as garderies aqui têm essa cara que dá vontade de voltar a ser criança pra aproveitar.

Por morarmos hoje numa região um pouco mais cara do que a média, as opções de garderie acompanham essa alta. Tivemos mais dificuldade nesse sentido. A nossa lista de opções foi reduzida. Mesmo assim conhecemos de 7 a 10 lugares, nada mau. A primeira coisa que nos chamou a atenção foram as garderies sem cara de garderie. São verdadeiros apês transformados para acolher essas crianças. Muito estranho pra nós, não achamos uma opção interessante, algo sufocante, sei lá…

Mas a parte boa é que encontramos também lugares com cara de “escolinha”, como existe no BR, porém apenas com crianças de no máximo 6 anos. É assim que funciona aqui. Não há aquela mistura com os grandes como vemos por lá. Por onde passamos recebemos muita atenção. As gardiennes cuidam da criançada e tocam o negócio numa boa. Muito simpáticas, nos deram as informações necessárias, foram claras e nos instruíram sobre como pedir o reembolso de frais de garde.

E ao final achamos uma ideal para a Laís, sem muito trabalho. Fica no Quartier Chinois e por isso no início ficamos tensos com a adaptação. Questão de costumes e cultura. Há crianças de diversas origens e quem fica com elas é uma chinesa e uma indiana. Mas que nada, a pequena tirou de letra e já ensaia umas coisinhas em inglês e francês. Levamos menos de 15 minutos pra ir ou pra voltar, de ônibus, com o carrinho de bebê aberto, na tranquilidade e conforto. Mas temos a opção do metrô quando o tempo não ajuda. Coisa linda! Pra coroar, logo nos primeiros dias teve a festa do Ano Novo Chinês, com a dança do leão, dragão, sei lá… até hoje não sei que bicho era aquele que assustou mais do que divertiu a molecada. Sei é que ao final rolou um baita banquete de comida chinesa para todos os pais. E pergunta quanto que cobraram a mais da gente por isso. Zero. Os dias de coxinha e risoles de queijo ficaram no passado. Agora para a Páscoa levaram coelhinhos e outros bichinhos de fazenda pra criançada interagir e tal. Adoraram! Custo extra? Zero. E ainda vai ter mágico e mais uma porção de coisinhas pra agregar. Resumo: escolha uma boa garderie privée, receba o reembolso e sorria.

Apenas uma nota importante: para receber o tal reembolso de frais de garde você precisa se enquadrar em alguns requisitos do pelo Governo de QC. Nada de outro mundo, qualquer um está apto para cumprir as exigências. O único lance a se atentar é que o pai e a mãe precisam estar estudando ou trabalhando. Sem a prova de uma dessas atividades o reembolso não passa no crivo do agente. No nosso caso ela entrou na escolinha enquanto aguardávamos nossa aceitação na francisation e apenas após a nossa matrícula mandamos a papelada pro reembolso, que já foi aprovada e que inclusive receberemos retroativamente. Fácil, rápido e simples. Como tudo tem sido aqui. Estamos satisfeitos!